Seleção Brasileira: Missão Copa do Mundo!

E uma ansiedade que pulsava na cabeça e no coração de muita gente encerrou-se hoje, ás 13h, quando o treinador da Seleção Brasileira, Dunga, convocou os 23 jogadores que defenderão a Amarelinha na Copa do Mundo da África, em Junho. Muito foi dito, mas o Fala Ligeira fará uma análise de quem foi chamado para o Mundial.


Lista do Dunga
GOLEIROS:

Julio César (Inter de Milão), Gomes (Tottenham), Doni (Roma)

LATERAIS: Maicon (Inter de Milão), Daniel Alves (Barcelona), Michel Bastos (Lyon), Gilberto (Cruzeiro)

ZAGUEIROS: Lúcio (Inter de Milão), Juan (Roma), Luisão (Benfica), Thiago Silva (Milan)

MEIO-CAMPISTAS: Felipe Melo (Juventus), Gilberto Silva (Panathinaikos), Ramires (Benfica), Elano (Galatasaray),Kaká (Real Madrid), Josué (Wolfsburg), Julio Baptista (Roma), Kleberson (Flamengo)

ATACANTES: Robinho (Santos), Luis Fabiano (Sevilla), Nilmar (Villarreal), Grafite (Wolfsburg)


Nenhuma surpresa. Dunga foi coerente com o seu discurso e manteve a base que foi trabalhada por ele nos três anos que está a frente da Seleção. Sem Adriano, Gaúcho e Ganso, o técnico está sendo duramente criticado e contestado por muita gente (e pelo autor deste blog rs), e agora vamos para a análise.

Vamos começar pelo gol. Temos o Julio Cesar como titular absoluto da meta da Seleção. Teve boas temporadas na Inter e foi bem nos jogos que participou pelo Brasil. Terceiro goleiro na última Copa, têm agora a chance de se consagrar na história da Amarelinha. Porém, o problema tá no banco de reservas...

Não que Gomes e Doni não sejam bons goleiros. Longe disso. Tecnicamente são dois bons jogadores, porém a disputa pela terceira vaga (Pra mim a convocação de Gomes foi justa e a reserva imediata é dele) estava em aberto, justamente por termos bons nomes brilhando muito por aqui. É o caso de Victor, goleiro do Grêmio, que fez uma excelente temporada pela equipe do sul. Revelado pelo Paulista de Jundiaí, Victor foi convocado algumas vezes por Dunga, mas nunca se firmou no grupo.

Agora, as laterais. Uma das posições mais carentes da Seleção a meu ver, Dunga chamou aqueles que estavam sendo chamados antes. Maicon pela direita e Daniel Alves na esquerda serão os titulares de Dunga na Copa. Maicon está muito bem na Itália e Daniel o mesmo na Espanha. Uma vantagem de Dunga é que Daniel é ambidestro, podendo jogar tanto na esquerda quando na direita, podendo dar mais uma arma para o técnico da seleção. Vamos aos reservas agora. Michel Bastos, que foi revelado nas categorias de base do Pelotas-RS, logo foi para a Europa, jogar no Feyenoord da Holanda, adquirindo experiência internacional e com boas atuações nos últimos anos no Lyon, é uma boa alternativa pra Dunga. O veterano Gilberto, do Cruzeiro, completa essa lista, colocando mais uma opção para a área esquerda da Seleção.

Na zaga temos a posição mais sólida do Brasil. O capitão Lucio e Juan devem ser os titulares na estréia, diante da Coréia do Norte. Luisão, que joga no Benfica, e Thiago Silva do Milan, são ótimas opções de banco. O jovem Thiago Silva deve ir para adquirir experiência, já que é um possível nome para a Seleção da próxima Copa, em 2014.

E agora começa a polêmica. No meio campo temos as mesmas caras de sempre. Dunga não quis inovar e manteve a base dos últimos jogos, levando nada menos do que SEIS volantes de ofício e dois meias de ataque (Kaká e Júlio Batista). Alguns têm características ofensivas, como Elano e Ramires, mas Dunga deve mesmo escalar três volantes (Felipe Melo, Elano e Gilberto Silva) com Kaká como o organizador da equipe.

No ataque temos uma surpresa, boa em minha opinião, com a ausência de Adriano. A quem fale. “Ahhh, mas ele ganhou Copa América e o escambau, joga muito e o anão de jardim leva o bosta do Grafite no lugar dele?!! QUEM É GRAFITE, PORRA!??”

Vamos com calma. Primeiro vamos aos jogadores convocados por Dunga. Luis Fabiano e Robinho são os titulares de Dunga. Isso é fato. Ambos já estão acostumados com o clima de seleção e estão bem em seus clubes. Nilmar não vem muito bem no Villareal, mas é um bom atacante, velocista e sabe o caminho do gol. Porém a quarta vaga leva muita polêmica, justamente pela ausência do Adriano.

O atacante do Flamengo, que teve um excelente 2009, sendo Campeão Brasileiro e artilheiro, foi cortado por ele mesmo. Noitadas, ausências em treinos e problemas extra-campo minaram suas chances na Amarelinha. Muito bem feito. Nessa o Dunga merece aplausos por deixar um jogador relapso com a própria carreira de fora.

No geral eu concordo com a lista do Dunga. Ele foi firme e não cedeu as pressões populares por Neymar, Paulo Henrique Ganso e Gaúcho. Porém, claro, que cada um tem a sua lista ‘ideal’ de convocados. E eu não seria diferente.

Lista do lipe
GOLEIROS:

Julio César (Inter de Milão), Gomes (Tottenham), Victor (Grêmio)

LATERAIS: Maicon (Inter de Milão), Daniel Alves (Barcelona), Michel Bastos (Lyon), Gilberto (Cruzeiro)

ZAGUEIROS: Lúcio (Inter de Milão), Juan (Roma), Luisão (Benfica), Thiago Silva (Milan)

MEIO-CAMPISTAS: Felipe Melo (Juventus), Gilberto Silva (Panathinaikos), Ramires (Benfica), Elano (Galatasaray),Kaká (Real Madrid), Carlos Eduardo (Hoffenheim) ,Ganso (Santos)

ATACANTES: Robinho (Santos), Luis Fabiano (Sevilla), Nilmar (Villarreal), Diego Tardelli (Atlético Mineiro)

Concordo com o Dunga em relação a zaga e nas laterais. No gol eu levaria o Victor no lugar do Doni pra ser ao menos o terceiro goleiro, caso o Gomes tenha algum problema. No meio campo, tiraria o Julio Batista pra levar o Carlos Eduardo. O ex-jogador do Grêmio é um atacante que pode ser usado no meio-ofensivo, pra municiar os atacantes e é bem melhor do que Julio Batista e claro, no lugar do sempre-aíeumemachuqueinotreino Kléberson, levaria Ganso, pra dar mais ‘criatividade’ para a seleção, algo que senti falta na lista do Dunga. Eu trocaria o Grafite, que está bem no Alemão pelo Wolfsburg, pelo Tardelli, que vem bem no Galo de MG. Pura preferência minha.

Resumindo: O Dunga foi fiel ao grupo que o levou ao titulo da Copa América, da Copa das Confederações e a Liderança das eliminatórias. Com o respaldo dos jogadores, Dunga preteriu Ganso, mas o colocou na lista de ‘suplentes’ revelada pela CBF agora a pouco....e aí leitores, o que acharam da lista? Quem faltou? Vamos ao Hexa?

Abraços!
Read More

Futebol Arte x Pragmatismo: O que prevalece?

Terminou no último domingo (03/05), o Campeonato Paulista de Futebol, com a vitória do Santos sobre o Santo André na grande final. E agora abre-se aqui no Fala Ligeira uma boa e velha discussão (mais uma rs). Futebol arte! Ah! Os recentes citam o Santos 2010 como uma máquina que dá alegria ao futebol, tão marcado por times retranqueiros e defensivos demais, não condizentes com o estilo tupiniquim de jogar bola.

Já os mais velhos se lembram da alegria do Brasil de Eder, Falcão, Sócrates e Zico, que caiu perante o pragmatismo europeu, representado pela Itália de Paolo Rossi.
Aqui irei dar alguns destaques do chamado Futebol Arte!  Dos que deram ‘certo’, conquistando taças e mais taças, ou dando ‘errado’, sendo vencidos pelo pragmatismo.

Brasil 2 x 3 Itália – Segunda fase da Copa do Mundo de 1982
Era 1982. Muita coisa estava em processo de modificação no mundo. No Brasil, a ditadura respirava por aparelhos, com a crescente crise econômica e com o fim do governo Figueiredo, o Presidente que disse que “um povo que não sabe nem escovar os dentes, não está preparado para votar”. No mundo tínhamos que a Guerra Fria também estava a passos largos de seu tão esperado final, com a saúde cada vez mais deficiente de Leonid Brejnev, que era o então manda chuva da URSS, desde 1964 a frente da nação comunista.

No esporte, os Jogos Olímpicos sofriam com as conseqüências do conflito ideológico entre EUA e URSS. Dois anos antes da Copa do Mundo, os Jogos de Moscou foram boicotados por grande parte dos países do chamado bloco capitalista. Dois anos depois da Copa realizada na Espanha, em 1984, veio o ‘troco vermelho’ (trocadilho horrível, eu sei) nos jogos de Los Angeles. No quesito futebol, a crise chegava ao Brasil. Porém, em tempos de mudança, assim como passava o mundo.

No futebol, antes subordinado a CBD (Confederação Brasileira de Desportos), finalmente era criada a CBF (Confederação Brasileira de Futebol). O Campeonato Nacional estava (finalmente) entrando nas graças do torcedor, que queria que a seleção nacional repetisse esse sucesso. Difícil?

Vejamos. Desde o Título conquistado no México, em 1970, o Brasil só colecionou fiascos e decepções nos dois Mundiais seguintes. Em 1974, na Alemanha, o Brasil passou por uma preparação confusa sob a batuta do ETERNO técnico Zagallo. Empataram por 0 a 0 com Iugoslávia e Escócia e ralaram pra vencer o Zaire por 3 a 0, o que serviu para a classificação pra fase seguinte. Resumindo, tomaram um vareio da Holanda de Cruyff e foram chorando pra casa. Quatro anos depois, no Mundial disputado na Argentina, um time que até foi bem, mas não foi suficiente pra tirar (?) o merecido (??) título (???!!!!) dos hermanos.

Em 1982 o time comandado por Telê Santana encantou a todos, jogando um futebol leve, solto e tecnicamente indiscutível. Porém, graças a um regulamento escroto, pegou um grupo que tinha a Argentina (atuais detentores da Copa) e a Itália (que fez uma campanha horrível na primeira fase) na segunda fase. Moleza, right?

Depois de vencer os hermanos por 3 a 1 e mandar o Dieguito Maradona pra casa, chegou a vez dos Italianos. Graças a melhor campanha na fase anterior, um empate bastava pra levar o Brasil pra decisão da Copa. Do outro lado da chave, a Alemanha Ocidental esperava prontinha pra entregar a rapadura pra quem saísse do jogo entre Itália e Brasil. Moleza?²

Foi aí que desandou. Acabou que os Italianos marcaram forte, saíram no contra golpe e com 3 gols de Paolo Rossi, mataram o Brasil, a esperança de milhões de torcedores e do futebol arte. Tudo bem que demos o troco 12 anos depois, em 1994, mas é outra conversa. rs

Palmeiras (4)2 x 1(3) Deportivo Cali – Final da Copa Libertadores da América de 1999
Em 1999, o mundo e o Brasil viviam a ansiedade pelo fim da década, do século, e não menos importante, do tal bug do milênio. Em meio a uma crise energética enorme, o governo FHC vivia um período difícil.
No futebol, o Brasil tentava se recuperar da paulada recebida na final da Copa de 98, disputada na França. No quesito clubes, desde 1992, 5 dos 7 títulos disputados da Libertadores foram conquistados por times Brasileiros. E o próximo sairia na disputa entre Palmeiras e Deportivo Cali da Colômbia.

A equipe paulista contava com jogadores experientes e com currículos invejáveis. Um time capaz de fazer o mais calmo torcedor morrer do coração. Não de raiva, e sim de emoção. Finalista do Paulistão, da Copa do Brasil, do Mercosul, da Libertadores e do Mundial Interclubes, o Palmeiras de 1999 marcou pela dramaticidade com o qual chegava nas decisões. Com jogadores do naipe de São Marcos, Junior, Zinho, César Sampaio, Paulo Nunes e confiando nas jogadas plásticas do camisa 10, Alex, a equipe comandada por Luiz Felipe (*-*) Scolari encantou os Brasileiros no final da década de 1990.

Na decisão continental, massacre ofensivo pra cima dos colombianos, que fizeram cera, cara feia e jogadas ríspidas para tentar evitar o título paulista, porém mesmo nos pênaltis, quem brilhou foram os jogadores do Palmeiras, que venceram e garantiram a hegemonia Brasileira na Copa Libertadores da década de 90.

Pra encerrar: Entre futebol arte e pragmatismo, o que vale mais a pena? Dar show e ficar de mãos abanando, ou ser pragmático e levar um título?
Read More